sábado, 21 de dezembro de 2013
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
terça-feira, 17 de dezembro de 2013
O silêncio pode falar mesmo quando as palavras falham...
Quando ouvir é melhor que falar
Há ocasiões em que o silêncio de uma pessoa torna-se mais sábio do que qualquer palavra que poderia ser pronunciada.
Dentro de uma sinagoga, na hora da prece calamos. Evitamos conversas e nos concentramos no serviço a D'us. Este silêncio em relação ao meio que nos cerca acaba tornando-se um momento de profunda reflexão e auto conhecimento, em busca de nossa própria essência. Além disto, o espaço reservado às preces, desta forma cumpre seu verdadeiro papel: tornar-se um recipiente de bênçãos.
Quando há pessoas com quem podemos aprender (de todos, sempre podemos aprender) o instante é de calar e ouvir, absorvendo cada palavra para que penetre em nossa mente e não nos faça esquecer.
Além de tantos exemplos, existem também aqueles tristes momentos em que não sabemos o que falar. Quebramos a cabeça em como poderíamos consolar pessoas amigas que perderam um ente querido, mas as palavras certas não são encontradas. Então calamos, e descobrimos que apenas estar presente, pode tornar-se a melhor palavra.
Selecionamos algumas citações célebres de nossos sábios com as quais podemos aprender um pouco mais sobre a difícil mas fantástica arte de permanecer calado. É uma forma de refletir um pouco mais sobre o silêncio.
"Hilel, o Velho, disse: 'Quando os eruditos não estiverem ensinando Torá ao povo, você deve disseminar Torá. Quando os eruditos disseminam a Torá, você deve permanecer recatadamente no fundo da sala, de modo a não competir com eles.'" (Berachot 63a)
Se você deseja entrar no assunto das vantagens de por que é melhor ouvir do que falar, aqui está algo para pensar...
"Mesmo um tolo, quando segura a língua, é considerado sábio." (Mishlê 17:28)
"A voz do tolo é conhecida por uma profusão de palavras." (Cohêlet 5:2)
"Na profusão de palavras o pecado não falta; mas aquele que fecha os lábios é sábio." (Mishlê 10:19)
"Para tudo há um tempo, e um tempo para cada propósito sob os céus... um tempo de manter o silêncio, e um tempo de falar." (Cohêlet 3:1,7)
Shim'on ben Gamliel disse: "Toda minha vida eu cresci entre os Sábios, e não encontrei nada que fosse melhor para meu estar físico que o silêncio... aquele que fala muito provoca o pecado." (Ética dos Pais 1:17)
Shamai disse: "Fale pouco e faça muito." (Ética dos Pais 1:15)
Rabi Akiva disse: "Uma cerca para a sabedoria é o silêncio." (Ética dos Pais 3:13)
"Uma palavra por uma selá (moeda antiga), silêncio para duas." (Meguilá 18a)
"Silêncio é bom para todas as aflições." (Meguilá 18a)
"Silêncio é bom para o sábio; e muito mais o é para o tolo." (Pessachim 99a-b)
"O Eterno, bendito seja, disse à língua; 'Todos os membros do homem são eretos, mas você é horizontal. Eles estão fora do corpo, mas você está dentro. Além disso, Eu a rodeei com duas paredes, uma de osso e outra de carne.'" (Midrash Tehilim 52:6)
"Sou o dono da palavra: depois que eu falo, a palavra é minha dona." (Ibn Gabirol)
"Quanto menos a pessoa fala, menos erra."
Um tolo diz aquilo que sabe; um sábio sabe aquilo que diz." (Rabi Simcha Bunim)
"Assim como é característica das pessoas espirituosas dizer muito em poucas palavras, demonstra pouco espírito quem fala muito e nada diz."
Rabi Levi Yitschac de Berditchev disse: "Duas coisas aprendi de meu mestre durante a última visita que lhe fiz: Quanto menos a pessoa fala, mais perto está da santidade; e o único ato bom que é valioso é aquele sobre quem ninguém sabe."
"Há pessoas que tem alguma coisa a dizer, e há pessoas que têm de dizer alguma coisa."
"Certifique-se que o cérebro está engatado antes de pôr a boca em movimento."
"Você jamais terá de explicar alguma coisa que não disse."
"Falar é prata, mas o silêncio vale ouro."
"Uma pessoa madura reflete antes de falar; um tolo fala, e então reflete sobre aquilo que disse."
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
sábado, 14 de dezembro de 2013
sexta-feira, 13 de dezembro de 2013
Amanhã eu pago...
O Homem Nu
Fernando Sabino
Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá em baixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá em baixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá em baixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radio patrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.
Esta é uma das crônicas mais famosas do grande escritor mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de mesmo nome, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 65.
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Hulk te cuida!
Dieta da alface
Uma das dietas mais conhecidas pelos seus resultados é a chamada dieta da alface. Não, não estou aqui com nenhuma ironia, referindo-me às cobiçadas notinhas, também chamadas de verdinhas e coisas semelhantes. Não que não as aprecie, mas o assunto aqui é outro: a alface.
Esta dieta consiste em limitar a ingestão de alimentos, não na quantidade como ocorre em tantas dietas, deixando aquela sensação de vazio, tão desagradável. Não se pode pedir a alguém que deixe de comer, sobretudo aos gordinhos, necessitados de uma dieta. Com este espírito foi criada a Dieta da Alface. Com a Dieta da Alface não há esta limitação tão incômoda. Evidentemente, estou falando de ingerir apenas alface por um certo período. O prazo sugerido é o de um mês, após o qual qualquer pessoa terá emagrecido, e muito. Não vou me fixar aqui em números e quantidades, tão inconvenientes a quem faz dieta. Coma apenas alface durante um mês. Só alface, e os resultados serão surpreendentes.
Para evitar o radicalismo por onde se perdem tantas dietas, há que admitir o uso de sal. Não se acanhe, use à vontade e a água pura também está liberada. O sal tem uma função muito importante no equilíbrio da cor da pele, sobretudo na face e no braço direito, mesmo nos canhotos. Ocorre que após duas semanas comendo apenas alface, você adquirirá um tom ligeiramente esverdeado. Não se alarme, você não vai ficar verde como o Hulk, isto só aconteceria após uns seis meses e, convenhamos, não é bom comer alface durante tanto tempo. Mesmo com alface, qualquer um engorda comendo tanto. Para dietas mais prolongadas, recomenda-se não comer nada, mas isto já é outra dieta. Não vamos misturar.
Voltando à questão das cores, o sal, sendo branco, ameniza a chamada “green face” que geralmente ocorre aos seguidores desta dieta. Insisto, não se alarme, este verde desaparece dois meses após o encerramento da dieta e os mais afoitos podem acelerar o processo se adotarem a Dieta da Beterraba. O verde desaparece e, ao contrário do que se esperaria, não aparece um vermelhão. O resultado é um bronzeado discreto, semelhante ao da Dieta da Cenoura. A natureza é sábia.
Por último, é importante dizer que os diferentes tipos de alface, como a crespa, a americana e esta alface mais comum podem ser misturados de acordo com a sua sensibilidade. Não há limitações e aí talvez resida uma das grandes vantagens da Dieta da Alface.
Como é fácil imaginar, os resultados são surpreendentes.
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
domingo, 8 de dezembro de 2013
sábado, 7 de dezembro de 2013
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Aquele abraço...
Há quem afirme que existe mais carinho em um abraço do que em um olhar. Você sabia que esse gesto simples pode favorecer a saúde? Confira.
E você, sente tais benefícios quando abraça alguém? Já abraçou hoje? 
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
Darwin explica quase tudo
COMPETIÇÃO ENTRE FÊMEAS E A
ORIGEM DA FOFOCA
A cauda colorida dos pavões é resultado da competição entre pavões pelo acesso às fêmeas. Darwin descobriu e explicou essa relação. Desde então, os cientistas descobriram diversas modalidades de competição entre machos de uma mesma espécie. Por décadas a competição entre fêmeas foi ignorada pelos cientistas. Mas isso está mudando. Os cientistas estão descobrindo que as fêmeas de uma mesma espécie também competem entre si, mas de maneira mais sutil.
A revista da Royal Society de Londres publicou recentemente um volume dedicado aos diversos aspectos da competição entre as fêmeas, sejam elas de ratos, macacos ou humanos. Seja você macho ou fêmea, vale a pena ler. Aqui vão dois exemplos pinçados entre as dezenas descritas na coletânea.
Os machos geralmente competem pelo acesso às fêmeas e as fêmeas competem pelo acesso aos bens necessários para garantir a sobrevivência da prole. No caso dos Mosuo, uma tribo que vive no sudoeste da China, essa competição entre as fêmeas é muito acentuada e facilmente observada. Ao contrário de outras sociedades humanas em que, após o casamento, a mulher vai viver na tribo do marido ou o marido vai viver na tribo da mulher, entre os Mosuo nada disso acontece. Em cada casa vivem três gerações. A avó, todos seus filhos e filhas e todos os netos e netas.
Quando uma das fêmeas se casa, o marido continua vivendo com sua mãe e somente visita a esposa à noite, faz sexo e volta para casa. Dessa maneira, em cada casa vive uma única linhagem matriarcal. No cair da noite, os machos vão visitar suas esposas e voltam para dormir com a mamãe. Ou seja, os machos não ajudam em nada a criação dos filhos, que fica a cargo dos habitantes da casa da fêmea.
Estudando essa tribo, os cientistas descobriram que a competição entre irmãs é ferrenha. Apesar de todas as mulheres que vivem em uma casa serem casadas e receberem visitas dos maridos, foi observado que as filhas mais velhas de uma casa acabam tendo mais sucesso reprodutivo, ou seja, um número maior de seus filhos chega à idade reprodutiva.
O que os cientistas descobriram é que, no caso dos Mosuo, as fêmeas mais velhas conspiram contra as mais novas para atrair os homens que visitam a casa toda noite, engravidam mais frequentemente e mais cedo, e também trabalham mais na lavoura, garantindo assim uma fração maior do alimento para seus filhos. As caçulas, coitadas, têm seus maridos roubados em muitas noites e, quando engravidam, não conseguem produzir o alimento necessário para garantir a sobrevivência dos filhos. O caso dos Mosuo demonstra que a vida em um matriarcado pode ser competitiva e violenta.
Na grande maioria das sociedades humanas, e também nos chipanzés e nos gorilas, o que ocorre após o casamento é que é a mulher que vai morar na casa (ou grupo no caso dos macacos) da família do marido. Chegando ao novo lar, a recém-casada, em vez de competir com as irmãs, compete com as outras fêmeas do grupo. Mas quem é essa outra fêmea, se todas as filhas casadas foram morar com seus maridos? Adivinhou? A sogra. A sogra e suas filhas solteiras.
Mas não pense que, nas sociedades ocidentais modernas, onde após o casamento o casal vai morar sozinho em uma nova habitação, a competição entre as fêmeas esmoreceu. Em um experimento curioso, os cientistas chamaram pares de mulheres recém-casadas (que não se conheciam) para discutir com um cientista do sexo masculino a relação delas com seus maridos. O que elas não sabiam é que o verdadeiro experimento ocorreria no intervalo da discussão. No início do intervalo, o cientista saía da sala, enquanto as voluntárias tomavam um lanche. Durante o lanche, entrava na sala uma outra cientista, agora do sexo feminino, perguntando onde estava o cientista que havia saído da sala. Obtida a resposta, a cientista saía da sala. A discussão entre as duas voluntárias após a saída da cientista fêmea era gravada e filmada. Mas falta explicar um detalhe. Em metade das entrevistas, a cientista fêmea que entrava na sala vestia somente uma calça comprida e uma camiseta. Na outra metade das entrevistas, a mesma cientista vestia uma provocante minissaia, blusa decotada e botas. De resto, a interação entre a visitante e as voluntárias era idêntica.
O que os cientistas observaram é que a fêmea de calça e camiseta não provocava uma mudança na conversa e nunca despertava reações agressivas. Já a mesma mulher, de minissaia, causava quase sempre uma mudança na conversa entre as voluntárias que geralmente passavam a falar mal da visitante, muitas vezes insinuando suas más intenções com o entrevistador, comentando o mau gosto de suas roupas, enfim, denegrindo sua imagem. Os cientistas concluíram (você concorda?) que o diálogo agressivo e crítico entre as voluntárias após a visita da "vamp" é uma manifestação do espírito competitivo e agressivo das mulheres. Elas estariam tentando "proteger e não perder a posse" do macho que estava conduzindo a entrevista. A "vamp" era vista como uma ameaça, e a mesma mulher, vestida discretamente, não era identificada como potencial competidora. Observe que essas mulheres não se conheciam, eram casadas, e o macho em questão só havia passado uma hora na companhia das duas voluntárias.
Esses dois exemplos demonstram como ocorre a competição entre as fêmeas, muito mais sutil e indireta que a violência física, direta ou disfarçada, que observamos na competição entre os machos.
Essa coletânea de artigos mostra que o estudo da competição entre fêmeas ainda está na sua infância, mas já nos ajuda a entender o cisma com a sogra e a origem da fofoca.
FERNANDO REINACH É BIÓLOGO
domingo, 1 de dezembro de 2013
sábado, 30 de novembro de 2013
Sem vergonha de errar
Da cultura chinesa também vem o livro Grito de guerra da mãe-tigre, lançado mundialmente em 2011, pela escritora Amy Chua. Ela afirma que os filhos devem participar apenas de brincadeiras competitivas – e ganhar. Manifestações de afeto com as crianças, diz, esvaziam a autoridade dos pais. Tudo isso parece radical? Saiba que o estranhamento é cada vez menor. Para atrair alunos do ensino fundamental, com menos de 10 anos, escolas particulares no Brasil afirmam “preparar para o mercado”. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o número de operações estéticas em adolescentes de 14 a 18 anos cresceu 141%, entre 2008 e 2012. Os procedimentos mais procurados são lipoaspiração e implante de silicone nos seios.
Livros de autoajuda têm seu papel nesse culto à perfeição. As prateleiras de livrarias estão repletas de títulos que prometem tornar seus leitores mais bem-sucedidos, mais ricos, mais perfeitos e, portanto, mais felizes. Corrigir a linguagem corporal, curar a timidez, falar melhor em público, eliminar preocupações, aumentar a produtividade, acumular fortunas. Pense em qualquer desejo: há dezenas de autores capazes de oferecer uma maneira perfeita de satisfazê-lo e de apontar os erros que o impedem de chegar lá. O filme O segredo e o livro homônimo, ambos de 2006, são os maiores representantes dessa corrente. Para atrair o sucesso em qualquer área da vida, segundo eles, basta pensar positivamente e imaginar seu sonho concretizado. O livro vendeu mais de 20 milhões de cópias no mundo todo, e o filme faturou cerca de US$ 300 milhões. Ao menos os sonhos da autora, Rhonda Byrne, foram realizados. Para os leitores, a compra muito provavelmente não deu tão certo. O sucesso da autoajuda entre leitores do mundo todo é, paradoxalmente, uma prova de que os livros do gênero fracassam em sua meta de conduzir os leitores à vida perfeita. No mercado editorial americano, tornou-se conhecida a infame regra dos 18 meses: o cliente mais propenso a comprar um livro de autoajuda é aquele que comprou um livro do gênero um ano e meio atrás – e continuou cheio de problemas para resolver.
Não deixa de ser curioso, portanto, o surgimento agora de livros de autoajuda dedicados a cultivar a imperfeição. Ex-gerente de telecomunicações perfeccionista que largou a carreira para tornar-se doutora em serviço social, Brené Brown é expoente de um grupo de autores. Em seu livro The antidote: happiness for people who can’t stand positive thinking (O antídoto: felicidade para pessoas que não aguentam pensamento positivo), o americano Oliver Burkeman sugere que o segredo para evitar a frustração é aceitar as falhas e pensar que o pior pode acontecer. Antifragile: things we gain from desorder (algo como Antifrágil: coisas que ganhamos com o transtorno), do estatístico Nassim Nicholas Taleb, afirma que pessoas e organizações com maior tolerância a falhas e ao caos têm maiores chances de sucesso. EmErros incríveis, Paul Schoemaker, professor da escola de negócios Wharton, da Universidade da Pensilvânia, afirma que muitas das principais descobertas na história da ciência e dos negócios foram causadas por erros. Nas palavras do genial escritor irlandês James Joyce, “os erros são os portais da descoberta”.
Livros de autoajuda têm seu papel nesse culto à perfeição. As prateleiras de livrarias estão repletas de títulos que prometem tornar seus leitores mais bem-sucedidos, mais ricos, mais perfeitos e, portanto, mais felizes. Corrigir a linguagem corporal, curar a timidez, falar melhor em público, eliminar preocupações, aumentar a produtividade, acumular fortunas. Pense em qualquer desejo: há dezenas de autores capazes de oferecer uma maneira perfeita de satisfazê-lo e de apontar os erros que o impedem de chegar lá. O filme O segredo e o livro homônimo, ambos de 2006, são os maiores representantes dessa corrente. Para atrair o sucesso em qualquer área da vida, segundo eles, basta pensar positivamente e imaginar seu sonho concretizado. O livro vendeu mais de 20 milhões de cópias no mundo todo, e o filme faturou cerca de US$ 300 milhões. Ao menos os sonhos da autora, Rhonda Byrne, foram realizados. Para os leitores, a compra muito provavelmente não deu tão certo. O sucesso da autoajuda entre leitores do mundo todo é, paradoxalmente, uma prova de que os livros do gênero fracassam em sua meta de conduzir os leitores à vida perfeita. No mercado editorial americano, tornou-se conhecida a infame regra dos 18 meses: o cliente mais propenso a comprar um livro de autoajuda é aquele que comprou um livro do gênero um ano e meio atrás – e continuou cheio de problemas para resolver.
Não deixa de ser curioso, portanto, o surgimento agora de livros de autoajuda dedicados a cultivar a imperfeição. Ex-gerente de telecomunicações perfeccionista que largou a carreira para tornar-se doutora em serviço social, Brené Brown é expoente de um grupo de autores. Em seu livro The antidote: happiness for people who can’t stand positive thinking (O antídoto: felicidade para pessoas que não aguentam pensamento positivo), o americano Oliver Burkeman sugere que o segredo para evitar a frustração é aceitar as falhas e pensar que o pior pode acontecer. Antifragile: things we gain from desorder (algo como Antifrágil: coisas que ganhamos com o transtorno), do estatístico Nassim Nicholas Taleb, afirma que pessoas e organizações com maior tolerância a falhas e ao caos têm maiores chances de sucesso. EmErros incríveis, Paul Schoemaker, professor da escola de negócios Wharton, da Universidade da Pensilvânia, afirma que muitas das principais descobertas na história da ciência e dos negócios foram causadas por erros. Nas palavras do genial escritor irlandês James Joyce, “os erros são os portais da descoberta”.
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
A mudança esta em tuas mãos
"Somos o que atraímos" por Chico Xavier
![]() |
Médium Chico Xavier |
Somos o que atraímos
“Você nasceu no lar que precisava nascer,
vestiu o corpo físico que merecia,
mora onde melhor Deus te proporcionou,
de acordo com o teu adiantamento.
Você possui os recursos financeiros
coerentes com tuas necessidades,
nem mais, nem menos,
mas o justo para tuas lutas terrenas.
Seu ambiente de trabalho é o que você elegeu
espontaneamente para a sua realização.
Teus parentes e amigos são as almas
que você mesmo atraiu, com tua própria afinidade.
Portanto, teu destino está constantemente sob teu controle.
Você escolhe, recolhe, elege, atrai,
busca, expulsa, modifica
tudo aquilo que te rodeia a existência.
Teus pensamentos e vontades
são a chave de teus atos e atitudes.
São as fontes de atração e repulsão
na jornada da tua vivência.
Não reclame, nem se faça de vítima.
Antes de tudo, analisa e observa.
A mudança esta em tuas mãos.
Reprograma tua meta,
busca o bem e você viverá melhor.
Embora ninguém possa voltar atrás
e fazer um novo começo, qualquer um pode começar
agora e fazer um novo fim.”
Chico Xavier
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
terça-feira, 26 de novembro de 2013
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
domingo, 24 de novembro de 2013
Você se reconhece?
Dos chatos, por Luis Fernando Veríssimo
Há o egochato, cujo único assunto é ele mesmo, e o chato hipocondríaco, uma especialização do egochato, cujo único assunto é sua própria saúde, ou falta dela. Há o chato invasivo, que fala a centímetros do seu nariz, e o chato hiperglota, que não para de falar.
Mas também há — embora seja raro — o chato que se flagra, que tem consciência de que é chato e quer se regenerar, e que diz muito “Eu estou sendo chato? Hein? Hein?” e portanto é o pior chato de todos.
Tem o caso daquele chato com autocrítica que decidiu pedir ajuda, mas não sabia quem procurar. Chatice não se cura com remédios ou com exercícios, muito menos com cirurgia. Não existem clínicas para a recuperação de chatos. O que fazer? Nosso chato resolveu consultar um psicanalista.
— É que eu sou chato, doutor, e sei que sou chato.
— Deve ter alguma coisa a ver com sua mãe.
— Minha mãe? Por que minha mãe?
— É que na psicanálise sempre partimos da hipótese de que, seja o que for, a culpada é a mãe. Facilita o tratamento. Mas me fale da sua infância.
— Bem, na escola meu apelido era “Sarna”. Também me chamavam de “Desmancha Bolinho” porque, assim que eu chegava num grupo, o grupo se desfazia.
— Sua família também o achava chato?
— Não sei. Mas desconfiei quando, nos meus dezoito anos, eles me deram as chaves da casa e em seguida mudaram todas as fechaduras.
— E sua vida amorosa?
— É normal, eu acho. Até me casei, embora minha mulher alegue que meu pedido de casamento a fez dormir e que só saiu do estado comatoso no altar, onde teve que dizer “sim” para não dar vexame. Hoje vivemos bem, em casas separadas, apesar de eu só poder visitá-la nos dia 29 de fevereiro, se ela não mandar dizer que não está. Tivemos um filho que eu ninava quando era bebê, mas ele fingia que dormia para eu parar. É o efeito que eu tenho nas pessoas, doutor. Ser chato é uma fatalidade biológica ou a chatice é um produto do meio? É possível deixar de ser chato com algum programa de reorientação? É o meu tom de voz que chateia ou o que eu digo? Ou as duas coisas juntas? Hein, doutor? Doutor...? Doutor...? Acorde, doutor!
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Acredite, você é capaz!
O Que é Resiliência?
Nas duas últimas décadas, a Psicologia Positiva, um ramo da ciência psicológica, vem enfatizando o estudo das virtudes humanas. As investigações realizadas pela Psicologia Positiva têm demonstrado que uma vida mais saudável e feliz depende de sistemas de adaptação que nos permitam vivenciar plenamente as experiências. Tais sistemas se processam ao longo do desenvolvimento humano e, dentre eles, um é essencial, a Resiliência.
Resiliência significa a habilidade de persistir nos momentos difíceis mantendo a esperança e a saúde mental. Pessoas altamente resilientes, tornam-se mais fortes após situações difíceis. Porquê isso acontece? Porque elas desenvolvem confiança em si mesmas aprendendo novas formas de lidar com os eventos.
Em geral, a resiliência depende de algumas condições psicológicas internas e externas. No nível interno, são favorecidas as pessoas otimistas, que assumem a responsabilidade pelas próprias escolhas, que prezam a autonomia, que estabelecem vínculos sociais e familiares positivos e que são flexíveis no que diz respeito à mudança de posicionamentos, sentimentos e pensamentos. Ao nível das condições externas estão as relações positivas, àquelas que promovem suporte afetivo/material, acolhimento e cumplicidade.
Um outro aspecto externo fundamental para o desenvolvimento da resiliência é a existência de pessoas que acreditem na nossa capacidade de superação das adversidades e, por isso mesmo, nos incentivem. Da mesma forma, oportunidades para nos envolvermos em atividades significativas – que nos permitam desenvolver a auto-estima e nos sentirmos produtivos e relevantes – contribuem para a resiliência, ou seja, para a superação das adversidades.
Aprender, adaptar-se…isso é ser resiliente. Em última instância, é dispor-se para a mudança.
domingo, 17 de novembro de 2013
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